Como calcular payback de um eletroposto

O avanço da mobilidade elétrica no Brasil está abrindo oportunidades concretas para quem deseja abrir seu eletroposto. Porém, antes de instalar um carregador, é essencial entender a viabilidade econômica do projeto, e o payback é o indicador central dessa análise. Ele mostra em quanto tempo o investimento inicial retorna por meio das receitas geradas pelas recargas dos veículos elétricos.

Calcular o payback de um eletroposto é mais simples do que parece, desde que se conheçam os principais componentes da operação. O primeiro passo é somar todos os custos de implantação, que incluem o carregador (AC ou DC), instalação elétrica, obras civis, adequações de energia, sinalização e conexão com uma plataforma de gestão inteligente, como a Spott, que permite controle total da operação, automação de cobranças e relatórios de performance. Em média, o investimento inicial varia entre R$ 15 mil e R$ 250 mil, dependendo da potência e da estrutura do ponto.

Depois, é preciso estimar as receitas mensais, considerando:

Número de sessões de recarga por dia

  • Em eletropostos de uso moderado a intenso pode-se ver entre 20 e 40 sessões/dia.

  • Em locais com menor fluxo (estacionamentos comerciais, residenciais, condomínios), pode ser algo como 5 a 20 sessões/dia.

  • Deve-se considerar também horário de pico, comportamento dos usuários e infraestrutura de concorrência local.

Preço médio cobrado por kWh ou por tempo de uso

  • Em carregadores rápidos públicos (DC), tarifas tipicamente variam entre R$ 1,50 e R$ 2,50 por kWh.

  • Em alguns hubs de alta potência ou locais premium, já há casos com R$ 2,40/kWh ou até valores entre R$ 2,00 e R$ 3,00/kWh, especialmente com penalidades por tempo de overstay.

  • Para carregamento lento (em AC) ou em localidades com menor demanda, pode-se encontrar tarifas mais baixas ou até gratuidade em certos casos (embora isso esteja diminuindo).

Consumo médio de energia por sessão

  • Em muitos casos, uma sessão de recarga parcial (por exemplo, de 20 % a 80 %) envolve algo entre 10 e 40 kWh, dependendo do veículo, da potência do carregador e do tempo conectado.

  • Em situações de “top-up” (carga rápida para completar autonomia), sessões podem girar em torno de 5 a 20 kWh.

Taxa de ocupação dos carregadores

  • Em eletropostos bem localizados e com boa demanda, a taxa de ocupação (ou utilização) pode ficar entre 40 % e 70 % do tempo disponível, ou até mais em horários de pico.

  • Em locais menos procurados, essa taxa pode ser muito menor (10 % a 30 %), o que prejudica fortemente o retorno financeiro.

Com esses dados, calcula-se o faturamento bruto. Subtraem-se então os custos operacionais, como energia elétrica, manutenção, conectividade e eventuais comissões de parceiros (em modelos compartilhados).

O resultado é o lucro líquido mensal, e o payback é obtido ao dividir o investimento inicial por esse valor.

A tecnologia tem papel determinante nesse retorno. Com a Spott, o operador monitora indicadores de desempenho em tempo real além de aplicar precificação dinâmica, cupons de incentivo e relatórios automáticos para aumentar a ocupação e reduzir o tempo ocioso dos carregadores .

Por fim, o segredo está em tratar o carregador não como um equipamento, mas como um ativo de receita recorrente. Localização estratégica, boa experiência do usuário e gestão inteligente são os pilares de um eletroposto lucrativo. E com as ferramentas certas, é possível transformar cada kWh carregado em valor, acelerando o retorno e tornando a eletromobilidade um negócio sustentável e rentável.

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